domingo, 10 de maio de 2020

"QUADRASTANTAS"

Minha poesia singela
De logística, abdica.
Bastam, eu e mais ela.
Tal certeza, aqui fica.

O mal, esse existe.
A denúncia é feita
Mas ele até resiste,
Em boa cama se deita.

Posso estar farto da vida
Uma forma de o dizer
Mas mesmo sendo sofrida
Nem de longe quero morrer.

Muitas flores no meu jardim
Pequeno espaço de lazer
Construído com o bom fim
Que me dá imenso prazer.

Será sol de pouca dura
No dizer dos entendidos
Mas pequena, a ventura
Tem ganhos bem conseguidos

Existe, não dá para ver
E deixa cabelos em pé
É o vento e podem crer
Não duvidem que assim é.

Sol agora chuva depois
Anda tudo em viração
Carroça à frente dos bois
Dará péssima condução.

Ainda agora aqui cheguei
E já escrevi dez quadras.
É certo que nada ganhei
Mas vou tê-las, bem guardadas.

Ao abrir minha janela
Vejo no alto a brilhar
Aquela estrela tão bela
A do Norte, no seu lugar.

Tantas estrelas no céu
Nenhuma delas é minha
O pouco que tenho de meu,
Caberá, numa caixinha ...

Conseguir com sacrifício
Ganhar o que se deseja
Prova que o bom ofício
Nos dá um bem que se veja.

Esmorecer é dos fracos
Deles não reza a História,
Só ter valor de patacos
E deixar fraca memória.

Honrar a palavra dada
Dignifica e bem soa
Basta ser apalavrada
Já enaltece a pessoa.

Em tarde de Primavera
Já com calor de Verão
Aqui estou em calma espera.
Ela virá? Sim ou não?

Um Poeta tanto mente ...
Ter fogo no coração?
Não há ninguém que aguente
É uma pura invenção.

Deputados em silêncio
Nos servirão para quê?
Só o Santo Inocêncio
Responderá: "logo se vê".

Só para estarem sentados
A ouvir os restantes?
Pobres e tristes Deputados,
À mercê dos importantes.

Não me custa a solidão
Nem tão pouco estar sozinho
Tenho alegre o coração
Vivo bem no meu cantinho.

Pardalito que saltita
Aos pulinhos pelo chão
Sem descanso nem hesita
No cumprir sua missão.

Nada será como d'antes
Já nada é como era
Temos as almas errantes
Nesta triste Primavera.

O simples facto de escrever
É alimento cerebral
Não me cansa tanto "comer"
Nem sinto que me faça mal.

Apenas e só, nem mais
A pandemia provou
Nós somos todos iguais
O exemplo, só começou ...

Os sonhos que acalento
Serão apenas sonhados.
Nesse preciso momento
Pelo vento são levados.

Entre a calamidade
E anterior emergência
É pequena a novidade.
Há que ter paciência.

Será que fica tudo bem?
A mensagem é d'esperança
E a todos nos convem.
Quem espera, alcança.

Amor com igual se paga
E não esperamos troco.
Dito assim de forma vaga
Bem os ouço e até sou mouco.

É moda ter um cãozinho
Até há quem tenha ao par
Mas incomodar vizinho
Com o seu constante ladrar?

A Língua Portuguesa
Rica no seu tanto saber
Deu ao Mundo a certeza
Muitos a querem aprender.

Pendentes de asilo
Amontoados em pensões
Negligência de mau estilo
Salvo melhores opiniões.

... E o dizem sempre a sorrir
Quando deveriam chorar?
Desgraça dita a mentir
Não tem graça. De evitar.

Sem comentários:

Enviar um comentário