O mal, esse até existe
A denúncia será feita
Mas ela até resiste
Em boa cama se deita.
Minha poesia singela
De logística abdica
Bastam, eu e mais ela.
Tal certeza, aqui fica.
A ostensiva vaidade
Revela que o seu dono
Por falta de humildade
À modéstia nega abono.
"Não batas mais no ceguinho"
Nem é coisa que se faça.
Deixa lá o pobrezinho
Já custa sua desgraça.
Como poderei retribuir
Aquilo que não é dado?
Até me recuso abrir
Um capítulo terminado.
"Papagaios" bem-falantes,
Vendedores desta praça
Normalmente são doutores,
A impingir, sua graça.
Sou pessoa imparcial
No avaliar dos factos
Entre o bem e qualquer mal,
Peso à medida, os actos.
Quem vem falar da desgraça
E dizê-lo, com sorriso
O cinismo não disfarça
Ou tem falta de juízo.
É moda ter um cãozinho
Até há quem tenha par
Mas incomodar, vizinho
Com o seu constante ladrar?
Quem atirar uma pedra
Cuidado com ricochete
A surpresa que reserva
Chega a ser, um brilharete.
Sinto ter cumprido missão
Para isso fui gerado
O digo, a quantos estão
Bem longe ou a meu lado.
Não serei flor que se cheire
Pois tenho o meu feitio
Mas o mal se digere
Também tenho algum brio.
Amor, palavra pequena
Mas de tão grande beleza
Se aplicada com rigor
Apaga qualquer trisreza.
Flor que murcha em seu final
Manterá igual beleza
O perfume ocasional
Esse some, com tristeza.
Um pedido eu te faço
Quando me sentires triste
Acolhe-me no regaço
Nessa benção, me assiste.
Se mais amor eu tivera
Seria todo para ti.
Tudo quanto houvera
Contigo sempre, reparti.
A minha radiografia
Revela muitas maleitas
Bem melhor eu estaria
Sem tais dores contrafeitas.
Sinto estar de partida
Da viagem sem regresso,
Assim em boa medida
Caridade eu vos peço.
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