A esteva, é flor beiroa
Ou beirã, também se diz;
Singela, floresce à toa,
Serrana porque Deus quiz.
É amarela a giesta;
Nasce livre, descuidada;
Torna os montes numa festa
Quando em flor e, perfumada.
Da carqueija, muito a dizer;
Tudo nele se aproveita!
Até chá de bem-fazer,
Na cura de certa maleita.
O poejo, ribeirinho,
De perfume peculiar,
Tem um sabor comezinho
P'rás migas temperar.
Agriões bravos, da ribeira,
Ali, bem à mão como oferta,
Usavam-se, aqui na nossa Beira
Em saladas, de malga aberta.
Bem aos molhos, o alecrim,
Campos fora, serra acima,
Numa alegria sem fim
Que a Primavera anima.
Quem conhece o almeirão?
Aquela espécie de salada
Que se comia com feijão
E, de azeite, bem temperada?
E, ervas que tantas são...
Na sabedoria dos antigos,
Lhe conheciam o condão
De sarar, os mais sofridos.
A carne da matança,
Logo após a dita cuja,
Era o início da festança
Que hoje, já não se usa.
Numa tigela concavada
Se coze, doce saboroso;
De seu nome, tigelada,
Satisfaz, qualquer guloso.
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