segunda-feira, 13 de junho de 2011

DOR DE MÃE

À Mãe do Rui Pedro.

"Mater Dolorosa", cá na Terra,
Coração que tanta dor encerra;
Imagem, assim, nas santas se vê
E, os sacrifícios levam ao altar!
Ela, por quem estamos a orar,
Na comunhão da dúvida: Porquê?

Porque lhe roubaram a alegria,
Da vida, a cor e a magia,
Na criação de filho bem-amado?
Porquê, o alheamento ao crime,
Dúvida que no peito se comprime...
É lamento constante e suspirado?

Filomena, é santa nos céus!
Desceu à Terra, buscando os réus,
A quem pede culpa, indesculpável;
Definha no corpo; a alma não morre;
Contra as incertezas, ainda corre,
Na esperança mínima, fiável...

Estou a seu lado, neste suspenso;
Agora, há uma réstea, um apenso;
A Verdade, tão desejada, poderá advir,
Dum processo que pecou por tardio,
Deixando a sua triste vida, num fio!...
Será que ainda sabe, sorrir?...

Vi, há pouco, imagens do Diário;
O que escreve, como um relicário,
Guardador de momentos, filho/mãe;
Recordações da tão pouca convivência,
Quando se previa com longa permanência
Numa vida normal, plena de bem...

Diário ou refúgio, o que represente,
Essa escrita, impregnada do que sente,
Seja o seu melhor lenitivo,
Aliado à Fé - Deus lha dê...
Imensa! Para saber então, do porquê
Que mantém, o seu menino, fugitivo!...

Em 9 de Junho de 2011.

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