Sou da Beira; ex-militar; India,Moçambique e Guiné. Na velhice o vicio da poesia, e o amor que me une às boas tradições beirãs.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
A UM HÁJI DA GUINÉ
"Homem-Grande" da tabanca
De pele negra e alma branca,
Te visiono, na distante imagem
Que de ti me ficou:Soberba!
Guia espiritual, junto ao Geba.
Perto, o meu quartel, na margem.
Jabadá! O local onde nos cruzámos,
Nas posições que ambos respeitámos.
Ao "teu povo", ajudei como podia.
Recordo as nossas falas pela tarde.
À religião a que fazias alarde,
Procurava eu entendê-la. Era valia.
Convictos, pois não ateus,
Cada um orando a seu Deus,
Te considerei, pela enorme devoção.
O passar das contas do rosário,
Todo o dia, porque necessário,
E como recitavas o Corão.
No teu "corá"de cabaça feito,
Melodias plenas de graça e jeito
As entoavas, aos teu meninos,
Apóstolos da mesma religião,
No após aprenderem a lição
Que ministravas, nos ensinos.
Guardo de ti, recordação palpável:
A tábua do Corão. Gesto amável
De um muçulmano para cristão.
Escritos de elevados pensamentos,
A selar os nossos bons momentos.
Desse gesto, fizeste questão!
Estive em Jabadá, integrando a
Compª.de Artilharia 1802, "Pioneiros
de Nova Sintra.
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