Nos gloriosos anos de quinhentos
Demandámos a Barra, na aventura
Éramos poucos então mas violentos
Na Alma na Fé e na bravura.
Fomos e voltámos com Fama e Glória
Carregando riquezas, mais conhecimentos
O Rei dos Poetas, narrou a Historia
Que hoje já mora nos esquecimentos
A Capital, rica, de desvairadas gentes
Se dizia de Lisboa, no Mundo d'então
Momentos assim, jazem ausentes
Desde o início da nossa degradação
E, passaram, muitos e muitos anos...
Na actualidade, o monstro entra na Barra
Bestial, enorme, de escura cor cinzenta
Recebido com pompa, quiçá com fanfarra
Mas envolto em polémica quezilenta
O "bicho" tem nome próprio: "Tridente"
Arma infalível, dos mares profundos
É brinquedo, tão desejado por certa gente
Mas sorvedouro, dos nossos parcos fundos
Poderei estar errado, fora da razão
Porém, vaticino longa desgraça
Para já, hipotecando nova geração
Na paga e manutenção, daquela carcassa
Porque um mal nunca vem sozinho
E na rifa, raramente, temos prémio
Despesa a dobrar, já adivinho
Pois o "Tridente", terá um gémeo
Seu irmão se chamará, o "Arpão"
Num retrocesso da História
Murmuro com raiva, entre dentes:
"Antes que me morra a memória
Somos agora, terra de pobres gentes"!
Agosto, 2010
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