quarta-feira, 11 de maio de 2011

A ESTÁTUA DA JUSTIÇA

Era figura de mulher portuguesa
Assente em pedestal, bem posta
Causa-me hoje, infinita tristeza
Vendo-a, vergada triste e imposta.

Continua a chamar-se, Justiça
Como se nisso alguém tenha fé
De original, passou a mestiça
Por tantos maus tratos, da ralé

Na mão destra, segura a espada
Já gasta, sem préstimo, sem fio
E, tendo sido tão maltratada
Revela, nas vestes, cheiro a bafio

Na canhota, eleva a balança
Ferrugenta com o fiel avariado
Por tanto ter perdoado, à finança
Um prato, pende sempre pró mesmo lado

A venda, negra da imparcialidade
Rasgada, já antevê os desfechos
Sempre iguais, numa desigualdade
Que ninguém, mete nos eixos

Esta pobre e triste figura
Patente à porta dos tribunais
Espera d'alguém uma cura
Que nos torne a todos, iguais

E... fora com o "simplex"!
Antes, o "Dura Lex Sed Lex!...

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