Menino desaparecido, Rui Pedro,
Há treze anos, ora cumpridos,
Transformaram, vida em degredo,
Dos seus entes mais queridos.
Me choca, aquela pobre mãe,
Personagem da dor mais sentida.
A que se sente e sempre vem,
Pois jámais será esquecida.
À tristeza que sinto, ao vê-la,
Alio uma revolta sem conta.
Como foi possível esquecê-la
Deixando passar a afronta?
Com veemência vos acuso:
A vós, indiferentes do mal alheio!
Agentes, Justiça, Poder obtuso,
A todos e a outros de permeio!
Um só substantivo, é pouco
Para exprimir o que sinto:
Nojo, asco, vómito! Até ficar rouco,
É o que gritarei e não minto.
Fora eu, senhor do Destino
E, daria, parte da minha vida
Se pudesse devolver, o "seu menino"
Àquela infeliz mulher, tão sofrida!
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