sábado, 28 de maio de 2011

INÉRCIA

Menino desaparecido, Rui Pedro,
Há treze anos, ora cumpridos,
Transformaram, vida em degredo,
Dos seus entes mais queridos.

Me choca, aquela pobre mãe,
Personagem da dor mais sentida.
A que se sente e sempre vem,
Pois jámais será esquecida.

À tristeza que sinto, ao vê-la,
Alio uma revolta sem conta.
Como foi possível esquecê-la
Deixando passar a afronta?

Com veemência vos acuso:
A vós, indiferentes do mal alheio!
Agentes, Justiça, Poder obtuso,
A todos e a outros de permeio!

Um só substantivo, é pouco
Para exprimir o que sinto:
Nojo, asco, vómito! Até ficar rouco,
É o que gritarei e não minto.

Fora eu, senhor do Destino
E, daria, parte da minha vida
Se pudesse devolver, o "seu menino"
Àquela infeliz mulher, tão sofrida!

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