sábado, 20 de outubro de 2012

OS DINHEIROS DA CEE

Um combóio de dinheiro
Vindo, lá de Bruxelas,
Encheria o nosso mealheiro,
Prometendo vidas belas.

Mas das duas, uma:
O tal combóio descarrilou
E o caso assim se resuma:
O dinheiro, por aí ficou...

Ou então, ele sempre veio.
Descarregado no Rossio
Se, com ramais de permeio,
À meada, se perdeu o fio!

As faladas vidas belas,
Só a uns quantos, devidas,
Onde estão? Onde param elas?
Não foram bem repartidas!

Daí, chega uma conclusão.
Nem é preciso ser esperto.
Quem à "grana" deitou a mão
Anda por aí, encoberto.

Talvez nem tanto assim.
Pelo aspecto d'alguns,
Bem se vê que o "pilim",
Corresponde aos zum zuns!

Porém, a irmandade unida,
Não dá cavaco à sociedade.
Cada um come a sua medida,
Todos, escondem a verdade.

Para nos tapar as vistas,
Gastaram à portuguesa,
Em estradas, belas pistas
Que aumentam, as despesas.

Com os dinheiros da C.E.E.,
"eles", à grande! Pobre, o Zé!

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