Um combóio de dinheiro
Vindo, lá de Bruxelas,
Encheria o nosso mealheiro,
Prometendo vidas belas.
Mas das duas, uma:
O tal combóio descarrilou
E o caso assim se resuma:
O dinheiro, por aí ficou...
Ou então, ele sempre veio.
Descarregado no Rossio
Se, com ramais de permeio,
À meada, se perdeu o fio!
As faladas vidas belas,
Só a uns quantos, devidas,
Onde estão? Onde param elas?
Não foram bem repartidas!
Daí, chega uma conclusão.
Nem é preciso ser esperto.
Quem à "grana" deitou a mão
Anda por aí, encoberto.
Talvez nem tanto assim.
Pelo aspecto d'alguns,
Bem se vê que o "pilim",
Corresponde aos zum zuns!
Porém, a irmandade unida,
Não dá cavaco à sociedade.
Cada um come a sua medida,
Todos, escondem a verdade.
Para nos tapar as vistas,
Gastaram à portuguesa,
Em estradas, belas pistas
Que aumentam, as despesas.
Com os dinheiros da C.E.E.,
"eles", à grande! Pobre, o Zé!
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