quarta-feira, 25 de abril de 2012

COMPASSO DE ESPERA

A vida, é compasso de espera.
Esperamos nove meses para nascer,
Enquanto a mãe, desespera,
No enjoo do seu sofrer.

Marcamos passo, no crescimento;
Primeiro, o gatinhar a quatro,
Tudo em compasso lento,
Ao erguer-se, no sapato.

Depois, o desinibido juvenil,
Esperando a entrada na Escola,
Brincadeiras, devaneios do pueril,
Até ao pegar na sacola.

Soletrar as primeiras letras
Na espera do conhecimento
Que virá, ligado às tretas
Do esperado momento.

Porque quem espera, desespera,
O dia do exame chegou!
E o menino, a "pequena fera",
Sabedor da matéria, passou!

A espera não acaba! Continua!
Prosseguir os estudos, no seguir;
Entrar na Avenida; deixar a rua.
O canudo, será fruto do porvir!

Compasso de espera, finalizada,
No encontro da alma companheira.
Valeu a espera! Encontrou a amada
Que o será, pela vida inteira.

E o ciclo da espera, a esmo
Tal como numa revolução,
Se reforma, voltando ao mesmo,
Agora, com a futura geração.

Repito:
A vida é compasso de espera!
E, se quem espera sempre alcança,
Esperar, o que nunca se gera,
É frustração; morte de criança.

Tal foi suprimido; ultrapassado.
As sucessivas esperas, acumuladas
Somam os anos; presente e passado.
E, finalmente, nos vamos...somos levados!...

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