sábado, 28 de abril de 2012

O REGRESSO

Ao regressar de férias, retomo, em verso,...
...as minhas lérias!...

EM DESALINHO

Sou, um autêntico desalinhado;
Esquecido, vulgar, despreocupado.
Dono e senhor, do meu ego,
Vivo e deixo os outros viver;
Cada um, como lhe apetecer!
E, à minha filosofia, nunca renego.


REENCONTRO

A ti camarada, um dos muitos
Da nossa antiga luta,
Te procuro hoje. sem outros intuitos
Que não, a da simples permuta,

Do reviver dum passado,
Distante mas sempre presente,
Quando, sofrendo, lado a lado,
Sentíamos a alma doente.

Tudo era mau e contrário:
A saudade, o medo, a carência;
Registados, no meu Diário,
São a prova, da evidência.

A quem valeu, tanto sacrifício?
À Pátria, no dever que ela impunha?
Ou, ao enganoso artifício,
De quem julgava e, supunha?...

Ficam connosco as convicções!
O Passado, é óbvio, já passou;
Recordêmos, nestas nossas reuniões,
O muito que demos e,...lá ficou!


"FILOSOFIA" DE FAMÍLIA RICA

O montante, é de muitos milhões!
Há famílias bem ricas em Portugal.
Mas, tanta fartura, levanta questões:
É trabalhando que se amealha, o "cabedal"?

Por Deus! Não me julguem invejoso;
Porém, saber que fui contribuinte
Para o acumular, de "bolo danoso",
Faz-me sentir, como um pedinte.

Um clarão, ilumina a minha mente!...
A tanta relutância em punir,
Os ricos, no "afiar do seu dente"
Para obter milhões, sem "bulir",

Tem afinal, razão de ser!
Como pode aiguém, com bom senso,
Criar Leis que lhe tirem o prazer,
De acumular, um bem já extenso?

E, ficaram assim nas gavetas,
Medidas que se desejavam justas;
Corrupção, riquezas das tretas,
Nada em Tribunal; Poupam-se, as custas!


O NABAL

Estão a transformar Portugal,
Num ridículo e extenso nabal.
Políticos incompetentes, sem "pinta"
Juízes que não sabem julgar,
Inadaptados, todos fora do lugar
E, muitos "artistas", mestres da "finta".

Há nabos em todos os sectores
E, todos se intitulam doutores!
Quem paga tais desmandos?
Claro! O pobre Zé Povinho,
Já sem dinheiro, pró vinho
Que faça esquecer, tais malandros!


A TEIA

Estão tecendo, uma tenebrosa teia,
Os maquiavélicos donos da tutela;
Lentamente, sugam o nosso pé de meia;
Já pensamos voltar, à luz da vela.

Tudo encarece de forma brutal
E, no centro da teia, o sorvedouro
Abocanha, a bem e a mal,
Da maioria, o parco tesouro.

É insasiável, "a fome do bicho"!
Tudo nos come, tudo devora!
Dejecta e, nos transforma em lixo.
Tal como nos chamam, lá fora.

Há porém, os intocáveis
Aqueles, a que nada se apanha;
O rico, de bens incalculáveis
Que da teia, também se amanha!...

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