Começo a sentir desgosto
De ter nascido português.
Sentir na boca, o mau gosto,
Da não resposta aos porquês.
Porquê, tamanha incerteza
Que cresce no dia a dia?
Seja declarada a pobreza
Que à mentira não se alia.
Sendo pobres declarados,
Porquê pagar como abastados?
Se somos sempre paus mandados,
Dos outros, bem instalados?
A vergonha desta Europa,
Manter-nos assim, contidos
Me faz lembrar a "tropa"
Daqueles tempos já idos,
Em que o boné de pala
Não deixava olhar p'ra cima;
Queixume, do pobre "magala"!
Era triste, a sua sina.
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