À minha memória, reporta
A antiga figura do carteiro.
Não batia de porta em porta.
Depositava na "venda"por inteiro,
As cartas e postais da época.
Isto, na minha aldeia serrana.
Transporte, a pé ou de récua.
Distribuição, duas vezes por semana.
Na evolução, tempo e meios,
Já se entregava à mão.
E os senhores dos Correios,
Eram tidos como irmão.
Sabiam da vida de todos.
Quando boas notícias traziam,
Suas alegrias eram a rodos.
Até os olhos se lhes riam!
Se a tarja preta anunciava,
Desgraça de morte recente,
Da dor também comungava,
A bondosa daquela gente.
Marcou época, o carro dos Correios.
Vermelha, p'ra notada à distância,
Transportadora de novos anseios,
Na vida isolada da circunstância.
Em muitos locais do extremo,
Deixará de ser prevista.
Agora, um qualquer estafermo,
Pelo lucro, fim à vista!
Causas e efeitos em revista,
Mais isolados, os já bem sós.
Contra, ainda há que resista!
Mas que valem? Pobres de vós!...
Alguém o diz, querer privatizar
E com tão má medida, assim,
Se perdem valores sem par.
A vida, ficará mais ruim!
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