sexta-feira, 27 de setembro de 2013

CARTEIROS DA SAUDADE

À minha memória, reporta
A antiga figura do carteiro.
Não batia de porta em porta.
Depositava na "venda"por inteiro,

As cartas e postais da época.
Isto, na minha aldeia serrana.
Transporte, a pé ou de récua.
Distribuição, duas vezes por semana.

Na evolução, tempo e meios,
Já se entregava à mão.
E os senhores dos Correios,
Eram tidos como irmão.

Sabiam da vida de todos.
Quando boas notícias traziam,
Suas alegrias eram a rodos.
Até os olhos se lhes riam!

Se a tarja preta anunciava,
Desgraça de morte recente,
Da dor também comungava,
A bondosa daquela gente.

Marcou época, o carro dos Correios.
Vermelha, p'ra notada à distância,
Transportadora de novos anseios,
Na vida isolada da circunstância.

Em muitos locais do extremo,
Deixará de ser prevista.
Agora, um qualquer estafermo,
Pelo lucro, fim à vista!

Causas e efeitos em revista,
Mais isolados, os já bem sós.
Contra, ainda há que resista!
Mas que valem? Pobres de vós!...

Alguém o diz, querer privatizar
E com tão má medida, assim,
Se perdem valores sem par.
A vida, ficará mais ruim!


Sem comentários:

Enviar um comentário