Da mais remota calenda,
Aqui nasceu uma lenda,
Chamada do "Rei Wamba".
Sabemos das suas inverdades,
Mas gostamos de fazer alardes,
Do que é nosso, caramba!
Esquecida a traição da Rainha
E o amor que o mouro lhe tinha,
Fixemos, tão apenas este lugar.
A nascente, o Tejo vindo de Espanha.
Rodando à direita, graça tamanha,
É vê-lo, deslizando para o mar...
Elejo esta magnífico miradouro,
Como um nosso belo tesouro.
Aqui me inspirei, certo dia
Para criar uma visão abstracta
Sobre um tema que relata,
As 7 santas, que por aí havia.
(Do Livro, "Lendas de Portugal", de Viale Moutinho)
AS SETE SANTAS
Sant'Ana, com registo padroeiro,
De Pardo e Montes do Arneiro,
Teve 7 filhas, todas santas,
Hoje veneradas em relicário:
Remédios, Piedade, Rosário.
Já contei 3, mas são tantas!...
Necessidades, Alagada e Dores
E a outra que se perdeu d'amores
Pelo vizinho próximo, S. Simão.
O pai a enclausurou no Castelo
Para impedir namoro tão belo
E que consta de antiga narração.
Namoro assim, entre santos,
Causa hoje alguns espantos!...
Falando das manas, em verdade,
Estão separadas na "longura"
Mas se avistam por quem procura.
Vamos começar, ali por Alvaiade...
Já descobriram qual a Senhora?
Continuando na rota, sem demora,
Junto ao Tejo, lá vemos Vila Velha.
Seguindo o rio, teremos o Fratel,
Com duas santas, postas em capitel.
Parando e se olhar-mos de esguelha,
Passando p'rá outra margem,
Lá bem distante, nova imagem,
Na sua Paróquia de Comenda.
E ali perto, do mesmo lado,
Gardete, tem tesouro guardado,
Em adoração que se recomenda.
O que vos conto vem das lendas.
Das muitas que Portugal tem.
Imaginárias, de antigas calendas.
Mas sonhar, só nos faz bem!
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