Distantes os tempos,
Presentes as memórias.
São muitos, tantos lamentos,
Em lamurias que dão estórias.
Está velha, a nossa aldeia.
Tanto, quanto a sua gente.
Corre mal, o sangue na veia
E há a dor que se sente!...
Se queixam as artroses,
Cruzes, também o reumático.
Andam já pouco velozes,
Penando de modo enfático.
Abalaram, todos os "capazes".
Agora, as presenças são relhas.
P'rás "sortes"nem há rapazes.
Até as raparigas são velhas!
Com tanta solidão me assusto.
Valem, as festas de ocasião:
Pelos Santos, o "magusto".
A "peixada", no verão.
E outras, bem a preceito,
Inventadas na ocasião.
Alguém encontrou o jeito,
De tornear a solidão.
São "elas", sangue novo
Que animam o velho cenário,
Apoiando a "Casa do Povo"
Em programas de calendário.
Centro Cultural e Recreativo.
É este, o nome correcto.
Gerência, com muito sentido,
Vai juntando, "os filhos"por perto!
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