sábado, 5 de maio de 2012

LENGALENGA

Lengalenga sem pés nem cabeça
Para que ninguém se esqueça:
O mundo é uma bola
Que rebola.
Neste lado é noite escura
No outro mora a fartura.
Por aqui estamos com azia,
Fartos de tanta heresia.
Leis tortas de mau efeito,
No predicado e no sujeito.
Sujeitos sim, à desgraça,
Adivinhada pela trapaça
Dos mesmos sempre iguais,
Cheios de pecados mortais
Que o Bom Deus julgará,
Lá no céu, se é que o há;
Porque nesta terra, os tribunais
Se mantém, ao tempo, iguais.
Só atam ao molho, os processos!
De resto, julgamentos em retrocesso.
Também não desatam novas leis
Que reduzam o tesouro dos reis
Da Banca, das Elétricas, do Comércio,
Os que tratam o povo como néscio,
A carragar na albarda, os custos;
De tudo e do nada! Muitos sustos!
Carências, de toda a ordem e tamanho,
As terras ao abandono, sem amanho,
Férias em jazigos do esquecimento,
Não haverá, tal como o escasso alimento
Se continuarmos nesta errada direcção.
Outra virá para melhor; ou não?
Já nem acredito! Isto é o fim!
E quem terá pena de nós? De mim?
Que não faço mal a alguém
Mas sinto ser tratado com desdém
Por não pertencer ao mesmo time?
Tenho cor diferente da que oprime
E daí porque não sou filiado,
Não pago quotas, mas bem lixado!
Longe da têta do bom mamar,
Limito-me, tristemente, a versejar.

Porém, nem tanto assim!...
Não tenham pena de mim!

Em verdade, isto por cá vai mal
Mas falando de todos no plural!
No singular, cada um de vós
Procure desatar os muitos nós.
Nesta autêntica sangria desatada
Muito tiram, dão pouco ou nada!

Para não voltar ao ponto de partida,
Termino por hoje; aceitem, a despedida!

Ah!., não levem muito a sério,
Estes devaneios sem mistério!

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