Em pequenino, fiz versos;
Ingénuos como eu e, dispersos,
Se perderam sem valimento.
Na juventude, conhecido o amor,
Renasceu a veia, com doce sabor
Pois tinha uma musa, como "alimento".
A saudade, por afastamento imperioso,
Trouxe as rimas de tom danoso;
Agressividade, de climas e distâncias,
Mais tristezas que desejadas alegrias,
Preencheram momentos de infindáveis dias,
Espaço de vida, suportada em ânsias.
Atingida a paz, serenada a alma,
Meus escritos se quedaram em calma.
Da rima, passei à prosa da vida:
Passo a passo, sacrifícios superados;
Filhos maiores, já encaminhados...
E, tranquilidade, julgada merecida.
Chegou, depois, a tal idade!...
A que tenho; me confere a vontade,
E, por ela me afirmar!
De procura, no realizar o meu gosto,
Sem querer ofender; a ninguém dar desgosto:
Escrever, escrever! Muito...sem parar!
É o que faço! Escritor compulsivo!
Para mim próprio, como em exclusivo!
Até um dia... e a mão tanto me doa,
Definitivamente, olhe com pena a caneta,
Vendo nela uma companhia já obsolêta;
Sentindo, no abandono, que minh'alma voa!...
Então, na minha existência, o reverso;
E, deixarei de escrever, o verso!...
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