terça-feira, 3 de janeiro de 2012

UM SÍMBOLO BEIRÃO

MESTRE, MANUEL CARGALEIRO

Nasceu, num mês de "tarde verâo",
Em humilde aldeia beirã.
Na simplicidade, de então,
E, no todo, de estatura meã.

Nesse seu nascer de menino
Rodeado de flores e ervas,
Deus lhe segredou o Destino,
Longe daquele Chão das Servas.

Pelo mando divino se apartou;
Levado pelos seus, navas paragens.
Da Grande Cidade se alheou;
Além do Tejo, as outras margens.

Ali, o menino se fez jovem;
Às brincadeiras, juntou o saber
Que define e forma o Homem!
E, podia! Mas doutor, não quiz ser!

Tinha já definida uma rota;
As Artes, estavam em si, a fluir.
Tímidamente, em terracota,
As peças começaram a surgir.

Naturalmente, o talento aumenta;
Tanto se eleva que por asfixia,
Deste pequeno país, se ausenta,
Buscando, inspiração de mais-valia.

Obtida, nasce produção vasta,
Dispersa nos continentes da Terra;
Mas nunca, da humildade se afasta,
Virtude que um beirão encerra.

E, no imenso ardor produtivo,
Misturando, cerâmicas e tintas,
Atingiu, lugar alto e cativo,
Com obras únicas, bem distintas!

Manuel, o português, se identifica,
No passaporte aberto ao Mundo inteiro!
Assinando, para quem o glorifica
Se dá a conhecer, como: Cargaleiro!

Pintor das mil cores, ceramista,
Adorador do azul de Portugal,
É hoje, Mestre, Laureado Artista,
O que coloco, neste "meu pedestal"!

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