MESTRE, MANUEL CARGALEIRO
Nasceu, num mês de "tarde verâo",
Em humilde aldeia beirã.
Na simplicidade, de então,
E, no todo, de estatura meã.
Nesse seu nascer de menino
Rodeado de flores e ervas,
Deus lhe segredou o Destino,
Longe daquele Chão das Servas.
Pelo mando divino se apartou;
Levado pelos seus, navas paragens.
Da Grande Cidade se alheou;
Além do Tejo, as outras margens.
Ali, o menino se fez jovem;
Às brincadeiras, juntou o saber
Que define e forma o Homem!
E, podia! Mas doutor, não quiz ser!
Tinha já definida uma rota;
As Artes, estavam em si, a fluir.
Tímidamente, em terracota,
As peças começaram a surgir.
Naturalmente, o talento aumenta;
Tanto se eleva que por asfixia,
Deste pequeno país, se ausenta,
Buscando, inspiração de mais-valia.
Obtida, nasce produção vasta,
Dispersa nos continentes da Terra;
Mas nunca, da humildade se afasta,
Virtude que um beirão encerra.
E, no imenso ardor produtivo,
Misturando, cerâmicas e tintas,
Atingiu, lugar alto e cativo,
Com obras únicas, bem distintas!
Manuel, o português, se identifica,
No passaporte aberto ao Mundo inteiro!
Assinando, para quem o glorifica
Se dá a conhecer, como: Cargaleiro!
Pintor das mil cores, ceramista,
Adorador do azul de Portugal,
É hoje, Mestre, Laureado Artista,
O que coloco, neste "meu pedestal"!
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